
Os trabalhos iniciaram-se no passado dia 17 de Outubro, sem atrasos (o que é de louvar!). Foi com alguma reticência que vi a massa humana presente no auditório não exceder, pelas minhas contas, as 5 dezenas!E tomando a liberdade cito o Dr. João Cotim Oliveira - Provedor Metropolitano do Porto para os Cidadãos com Deficiência - "Nem o sexo fez encher um auditório!". Pois como foi também relatado durante o simpósio, no "antigamente" de há 40 anos era pecado falar-se de sexo, pois nos nossos dias impera igualmente uma certa ignorância neste tema pois estando a informação acessível e quase banalizada não há um interesse em aprofundar as verdadeiras questões da sexualidade.
O conceito de sexualidade, esplanado pela maioria dos palestrantes, é vasto ao ponto de incluir: atitudes, gestos, procedimentos, ser parte integral da personalidade do indivíduo,proporciona interação com estruturas sócio-culturais, não se restringe à genitalização e interfere na saúde física e mental.
A sexualidade é um direito humano básico e universal baseado na liberdade, dignidade e igualdade.
No respeitante às lesões vértebro-medulares (tomado aqui como a principal deficiência em debate), com a afectação dos centros autónomos e dependendo do tipo de lesão haverá consequências ao nível da sexualidade e aqui reside a intervenção dos profissionais de saúde no sentido de desmistificar, esclarecer e ajudar dentro das possibilidades de cada caso e atendendo aos recursos disponíveis. É relatado então a existência da consulta da sexualidade no Hospital da Prelada, quinzenal e multidisciplinar, para os utentes com esta patologia.
Foram ainda apresentados estudos de investigação, realizados por profissionais de saúde, como forma de ampliar os conhecimentos sobre a vivência da sexualidade nestes casos e salientar os pontos onde a intervenção é possível de modo a se superarem algumas dificuldades encontradas aquando do (re)início da actividade sexual.
Os testemunhos reais, foram o culminar de toda a apresentação, mostrando-se ambos com um à-vontade e boa disposição de louvar e apreciar. Em muito engrandeceram o simpósio e retrataram fidedignamente o quadro pintado anteriormente pelos profissionais de saúde que discursaram, sublinhando a diferença na vivência da sexualidade com o seu parceiro actualmente e no ênfase com que o fazem usando o termo afecto com tal sensibilidade de modo a retratar os sentimentos que hoje imperam nas suas relações.
O saldo desta jornada mostra-se positivo não só ao nível de conhecimentos científicos, técnicos e tecnológicos como também a nível humano e espiritual.
Ficou no ar a promessa de se voltar ao mesmo tema, espera-se então uma maior adesão!
1 comentário:
Para a próxima não posso falhar!!!
=)
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